A Educação precisa mudar. Mas para melhor
Imagine uma escola onde se estude matemática, mas sem se saber para quê; português, mas sem debater os discursos que cercam o uso da linguagem; colégios onde se decorem fatos históricos, sem que se discutam seus desdobramentos até os comportamentos do presente. Em um espaço como esse, na menos pior das hipóteses, conclui-se os estudos, mas como quem sai de um bunker, com um monte de saberes esparsos sem relação com o mundo; na pior, desiste-se do ensino. Esse é o tipo de Educação que não queremos e não podemos aceitar. Uma maneira de ensinar que não contempla a aprendizagem para o desenvolvimento integral da pessoa e, portanto, uma Educação incompleta.
A próxima gestão do Ministério da Educação (MEC) deve costurar caminhos e políticas educacionais que nos ajudem a manter os avanços até aqui conquistados, superar os desafios presentes e evitar o “conteudismo” que não contempla o pensamento crítico, os conceitos de equidade e inclusão, o caráter emancipatório do ensino e a valorização da diversidade – todos princípios essenciais para alguém que vive na sociedade contemporânea.
Para escaparmos dessa escola sem significado, temos muito a fazer. O descaso histórico com a Educação tem nos feito avançar muito lentamente. Nem mesmo nossos melhores estudantes saem da escola com ferramentas para enfrentar os desafios da vida. Segundo o último relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com base em dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), apenas 2,1% dos alunos brasileiros de 15 anos sabem o suficiente em leitura, matemática e ciências – a média dos países desenvolvidos nesse índice é 12 vezes maior! Nosso avanço tem sido tão lento, que, em 1950, a população norte-americana já estava quase toda alfabetizada – índice que ainda não alcançamos no Brasil.
O cenário é gravíssimo, tão grave que exige um plano estratégico para os próximos quatro anos. Não temos tempo a perder com erros do passado, apostando em um ensino desconectado do que os estudantes querem e em iniciativas que não impactam na aprendizagem. O MEC deve se concentrar em propor e implementar programas educacionais baseados em evidências e experiências bem-sucedidas.
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Diante desse compromisso, medidas importantes já estão em andamento e precisam ser continuadas. É o caso da base curricular nacional (BNCC), que alinha os grandes temas que devem nortear os conteúdos ensinados nas salas de aula. O documento foi desenvolvido com a participação da população e de especialistas e mudar agora essa rota (acrescentando temas ou cerceando o que já foi estabelecido) seria, ao mesmo tempo, uma ferida ao processo democrático e um desperdício de recursos públicos. Outra ação que precisa ser concluída é a reformulação, hoje em debate, de uma das bases de financiamento da Educação, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), a fim de direcionar mais dinheiro aos sistemas de ensino com as maiores dificuldades.
A mudança do Ensino Médio é outro ponto que demanda continuidade. A despeito de ter sido iniciada de uma maneira equivocada e não ser uma “reforma” como foi anunciada, a alteração da etapa aponta na direção correta, ao oferecer diferentes opções para os jovens e comprometer-se com a ampliação de tempo na escola. Mais flexibilidade e Educação Integral são medidas urgentes para aproximarmos o ensino das expectativas das juventudes.
Além de garantir que as boas iniciativas não sejam interrompidas, há ainda debates centrais que pedem a atenção do MEC, como a criação de um Sistema Nacional de Educação (SNE) para garantir a melhoria da gestão e do uso do dinheiro público da área; uma política intersetorial de ações pactuadas entre União, Estados e Municípios para a Primeira Infância e o aprimoramento de uma política nacional de alfabetização na idade certa. Essas duas últimas merecem ênfase. Sem uma Educação de qualidade nos primeiros anos de ensino, dificuldades de aprendizagem tornam-se obstáculos persistentes e levam, fatalmente, à repetência do ano letivo e à evasão escolar.
Por fim, destaco o que fará as manchetes sobre Educação mudarem definitiva e positivamente: a criação de uma política nacional de valorização e profissionalização dos professores. Sem isso, qualquer ação será inútil, afinal, o professor é a estrela central do sistema escolar. Colocar uma política dessa envergadura de pé requer, portanto, mais do que se comprometer vagamente com a já clássica promessa de respeito à figura do professor. Exige especialistas, pesquisas, estudos e ações combinadas.
Valorizar a docência significa conhecer a fundo os processos pedagógicos envolvidos na profissão e investir na carreira em suas múltiplas etapas. Isso significa atrair mais alunos para a área; formar os professores para a crítica e a prática do magistério; respeitar o conhecimento científico dos deles e promover formação continuada ligada aos desafios da sala de aula e do mundo contemporâneo; oferecer salários compatíveis com os de outros profissionais de mesma formação e, finalmente, assegurar condições materiais e humanas para que o docente possa fazer um trabalho criativo e de qualidade, com diferentes metodologias pedagógicas.
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Vivemos problemas complexos no ensino brasileiro que, como tal, exigem respostas à altura. Apenas a implementação do conjunto de ações aqui citado será capaz de fazer nossa Educação recuperar o fôlego e acelerar o ritmo rumo a uma aprendizagem de qualidade para todos. Não podemos perder o foco nem gastar recursos financeiros e humanos em questões menores e isoladas, pois o preço desse erro estratégico será o futuro do Brasil. A hora é agora.
Sem um plano estratégico comprometido com uma Educação de qualidade continuaremos avançando devagar e poderemos, infelizmente, regredir. A desigualdade aumentará, assim como a intolerância com as diversidades; os recursos continuarão sendo desperdiçados, os professores, desmotivados e os alunos, frequentando a escola sem aprender. Um MEC focado em mudar essa história, empenhado em superar os desafios presentes e em evitar o “conteudismo” vazio, deve olhar a Educação em sua complexidade, e precisa ser já!
Realmente, a educação está uma porcaria, devia ser baseada nas preferencias e um talento com esforço COM VONTADE do aluno, o basico deve ser ensinado, mas depois disso, o aluno sabe oque gosta, oque prefere, etc.. Se ele gosta de basquete, treine basquete, estude, mas deveria ser focado no que o aluno quer e é bom, se gosta de biologia, estude o basico, mas foque na biologia, varios professores irão ficar desempregados, mas, pela educação, não precisamos de coisas inuteis, se mudarmos, não teria mais campanhas de incentivando os estudos! Os próprios alunos vão se interessar, POR QUE GOSTAM, isso, é o melhor que podemos fazer atualmente, eu mesmo, estudante, gosto de historia, de teatro e de esportes. Mas tenho que fazer um divisão triangular, ou saber tipos de perdras, ou até mesmo todos os orgãos de todos os sistemas, inutil pro meu futuro. Bom, é isso