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Pesquisa Datafolha aponta percepção de jovens ingressantes no Ensino Médio

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Levantamento, encomendado pelo Todos Pela Educação, tem representatividade nacional. Foram entrevistadas pessoas de 14 e 16 anos, de escolas públicas e privadas, entre janeiro e fevereiro deste ano

Praticamente dois em cada três jovens entre 14 e 16 anos que iniciaram o primeiro ano do Ensino Médio em 2024 afirmam que desejam um modelo de escola de Ensino Médio flexível, ou seja, com uma parte comum a todos e outra em que podem aprofundar conhecimentos em áreas de interesse ou fazer cursos profissionalizantes de forma integrada – em linha com a essência do “Novo Ensino Médio”. 

Os dados são da pesquisa Datafolha, encomendada pelo Todos Pela Educação, e realizada de forma presencial entre janeiro e fevereiro deste ano. 

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Segundo o levantamento, 65% dos entrevistados desejam um currículo “flexível”. Desse total, 35% preferem uma escola que ofereça, em parte do tempo, as mesmas disciplinas para todos os alunos e, em outra, a possibilidade de aprofundar conhecimentos e disciplinas de maior interesse. Outros 29% preferem uma escola que combine uma parte com as mesmas disciplinas para todos os alunos e outra com a possibilidade de fazer um curso técnico profissional. E 35% preferem a manutenção do modelo pré-reforma do Ensino Médio: uma escola com as mesmas disciplinas para todos os alunos durante toda a etapa. 

Quando considerados apenas os entrevistados que dizem estar bem informados sobre o “Novo Ensino Médio” (8%), a opção por um dos dois caminhos “flexíveis” sobe para 79% (38% para aprofundar conhecimentos e 42% para cursar técnico).

“Ainda que a pesquisa não busque avaliar o novo ensino médio como está hoje, que tem uma série de problemas já evidenciados e que precisam ser corrigidos, os dados reforçam que a essência, os princípios do Novo Ensino Médio, são, sim, defendidos pela maioria dos jovens que estão ingressando agora na etapa, sobretudo entre aqueles que dizem conhecerem bem o novo modelo. Mais do que isso, porém, os dados fornecem novos subsídios para aperfeiçoar a proposta legislativa que busca ajustar o modelo e que está em fase final de tramitação no Congresso Nacional”, avalia Olavo Nogueira Filho, diretor-executivo do Todos Pela Educação. 

“Um desses subsídios está no dado revelado pela pesquisa: oito em cada dez jovens indicaram que gostariam de aprofundar seus estudos, na parte flexível do ensino médio, em apenas uma área. Outros 15% indicaram duas áreas. Esse dado é importante para o debate sobre os percursos de aprofundamento da etapa, em que uma das propostas em discussão é que eles combinem três áreas do conhecimento”, completa Olavo. 

O levantamento ainda aponta que pouco mais da metade (53%) dos entrevistados diz que não tem conhecimento/não está bem informado sobre o Novo Ensino Médio ou a reforma dessa etapa. Entre aqueles que dizem ter tomado conhecimento sobre as mudanças trazidas pelo Novo Ensino Médio: 34% avaliam como “muito positivas”; 36% como “um pouco positivas”; 6% “nem positivo nem negativo”; 14% “um pouco negativo”; 6% “muito negativo”; e 4% não sabem opinar. Quando aplicado o recorte para os que dizem “ter tomado conhecimento e estão bem informados”, o percentual de “muito positivo” sobe para 47%.

O Datafolha também perguntou para os jovens que mostraram interesse em fazer um curso técnico integrado ao ensino médio se eles desistiriam dessa opção caso tivessem menos aulas de disciplinas que caem nas provas do Enem e de vestibulares. Para essa questão, 77% indicaram que ainda escolheriam fazer o técnico, e 21% disseram que desistiriam da opção. Esses alunos também demonstram, segundo a pesquisa, disposição em ficar mais horas na escola para fazer o curso técnico. “Estas são importantes informações na medida em que as propostas legislativas em tramitação estabelecem uma diferenciação na formação geral básica entre quem opta pela trilha acadêmica e quem escolhe a trilha técnica”, diz Olavo.

A pesquisa Datafolha ouviu, presencialmente, 462 pessoas de 14 e 16 anos, de escolas públicas e privadas, em todas as regiões do país. As entrevistas foram realizadas entre 29 de janeiro e 9 de fevereiro de 2024. A margem de erro é de cinco pontos percentuais (para mais ou para menos), com nível de confiança de 95%.

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