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Entenda o que fazemos, o que defendemos e como trabalhamos

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Novo ano, novos governos, a gestão de Jair Bolsonaro ficou para trás, e abrimos um novo capítulo na relação da sociedade civil com as políticas educacionais do Brasil, e especialmente com o Ministério da Educação. Depois de quatro anos de um MEC ausente e com um governo que se mostrou incompatível com uma agenda educacional de qualidade, equitativa e inclusiva, agora podemos voltar a sonhar e trabalhar por avanços significativos. E para todos. 

Um dos desafios desse novo ciclo, porém, é não assistirmos à reprodução dos mesmos mecanismos adotados nos últimos anos por extremistas: a conversão do pensamento divergente em inimigo a combater e eliminar; a criação e o aprofundamento de divisões que impedem o diálogo e a busca de soluções negociadas e pactuadas; a produção e disseminação de fake news destinadas a deslegitimar instituições e pessoas que também trabalham pela transformação do Brasil e da Educação pública brasileira.

Organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, criada em 2006, o Todos Pela Educação trabalha para melhorar a qualidade da Educação Básica no Brasil. E, como tal, o Todos também é alvo de ataques, mentiras, e até mesmo teorias conspiratórias que desvirtuam e desinformam sobre a natureza do nosso trabalho. 

Por essa razão preparamos este conteúdo para explicar, em detalhes e com toda a transparência, as principais características e o funcionamento da organização. Serve para quem nos acompanha há muito tempo ou para quem acabou de nos conhecer.

É hora de nos (re)apresentarmos, em frentes distintas.

O QUE FAZEMOS

O QUE DEFENDEMOS

COMO TRABALHAMOS

E se ficar alguma dúvida, ou ouvir algo diferente sobre nós, nos procure. Teremos um enorme prazer em falar ainda mais sobre quem somos, o que defendemos (e não defendemos) e como atuamos!

O QUE FAZEMOS

O Todos é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, não governamental e sem ligação com partidos políticos. Uma organização independente, plural e decisiva, que atua de maneira construtiva, firme e crítica. Criado em 2006, o Todos trabalha para melhorar a qualidade da Educação Básica no Brasil

Acreditamos numa escola pública de qualidade para todos. Todos mesmo. 

Acreditamos na escola pública, no investimento público em Educação e numa gestão pública educacional eficaz – da Educação Infantil ao Ensino Médio. Para nós, a escola pública, as pessoas e a gestão pública são vetores da transformação do país. 

Diferentemente de muitas organizações que atuam em PARCERIA com escolas ou com projetos específicos junto a Secretarias de Educação, nossa missão se concentra única e exclusivamente em ATUAR POR MUDANÇAS NAS POLÍTICAS PÚBLICAS.


Para tanto, nossas ações se organizam em quatro grandes pilares

  1. Colocar e qualificar o tema no debate público;
  2. Produzir conhecimento aplicado; 
  3. Articular diretamente com os tomadores de decisão; 
  4. Monitorar publicamente os avanços e retrocessos das políticas educacionais.


Saiba mais sobre os pilares
aqui

Para entender como é nosso trabalho na prática, sugerimos assistir a este vídeo, de 2 minutos, sobre a participação do Todos na construção e aprovação do Novo Fundeb, em 2020. 

Ou, se quiser entender mais no detalhe, este outro vídeo aqui de 10 minutos, também sobre a participação no novo Fundeb, aprofunda nosso trabalho.

Outro exemplo é ver como foi a atuação do Todos durante a pandemia. Uma síntese (em texto e vídeo) foi feita pelo Prêmio Empreendedor Social 2022 (do jornal Folha de S.Paulo), que o Todos venceu na categoria Destaques na Pandemia.

Você pode ainda conhecer em detalhes nossa atuação ao longo dos últimos anos acessando nossos Relatórios de Atividades. Anualmente eles são publicados em nosso site (o de 2022 sairá em breve!). Destacamos os quatro mais recentes:

Você sabe quais mudanças nós defendemos? Antes de falar delas, é importante saber qual a Educação que defendemos. Isso está bem definido neste quadro, que faz parte do nosso documento Educação Já (falaremos mais sobre o Educação Já mais adiante).

Somos todos por uma escola pública de qualidade para todos. Todos mesmo. Onde crianças e jovens conhecem o mundo e se reconhecem. Uma escola democrática, participativa, inovadora. Veja neste vídeo a escola que defendemos

Acreditamos na força da gestão pública: nunca chegaremos a um patamar educacional substancialmente elevado sem políticas públicas bem formuladas e implementadas, professores motivados, bem formados e com boas condições de trabalho, escolas públicas equipadas e recursos públicos para a Educação garantidos. Para tudo isso acontecer, decisão política e boa gestão precisam ser a norma, não a exceção.

A base das mudanças que defendemos está orientada no documento Educação Já, que está na sua segunda versão e apresenta diagnósticos e propostas de caminho para o enfrentamento sistêmico dos principais desafios da Educação brasileira. 

As propostas do Educação Já têm cinco premissas: 

  1. Qualidade para poucos não é qualidade; 
  1. Educação antirracista como condição de transformação; 
  1. Não há saída fácil para problemas complexos; 
  1. Mudanças significativas e duradouras na Educação dependem, acima de tudo, de pessoas; 
  1. O Brasil tem muito a aprender com o Brasil.

É com base nessas premissas que as recomendações de políticas públicas são desenvolvidas no Educação Já, um trabalho construído com o apoio de mais de 60 especialistas – entre ex-gestores públicos, acadêmicos e profissionais da Educação – e 15 organizações do campo educacional, além de informado pelas evidências, experiências de maior êxito no Brasil e pesquisas de opinião representativas com estudantes, diretores escolares e professores.

As pesquisas partem do entendimento de que políticas públicas informadas pela percepção de quem vive o dia a dia escolar se tornam mais consistentes e aderentes aos reais desafios. Por isso nos últimos anos lançamos diversas pesquisas de opinião com representatividade nacional (e estadual) com atores da comunidade escolar. Aqui estão todas elas: 

Estudantes – 2022

Diretores escolares – 2022 

Professores – 2023 [lançamento nas próximas semanas]

Professores – 2017

Além do documento principal do Educação Já, em 2022 produzimos documentos detalhados para as medidas prioritárias. Neste link você pode encontrar todos eles e conhecer em detalhes nossas propostas para a Educação pública.

Os temas que ganharam propostas detalhes são:

  1. Primeira infância
  2. Alfabetização
  3. Anos Finais do Ensino Fundamental 
  4. Ensino Médio Integral
  5. Ensino Médio
  6. Equidade Étnico-Racial na Educação
  7. Educação Inclusiva
  8. Tecnologias na Educação
  9. Gestão Escolar
  10. Professores (recomendações para o governo federal) 
  11. Professores (recomendações para os governos estaduais) 
  12. Políticas pedagógicas 

 

Já ouviu algum crítico dizer que o Todos defende “interesses do setor privado” ou que quer “privatizar a Educação”? Isso é falso! O Todos acredita na Educação pública e defende a boa gestão pública educacional. E muitas vezes nossas posições se chocam com o que boa parte do setor privado defende. Aqui compartilhamos três exemplos:

  1. Uso de recursos do Fundeb para convênio com escolas particulares: fomos contrários à proposta de destinar parte do novo Fundeb a escolas particulares, já que a medida desfiguraria seus objetivos redistributivos. Isso foi central para derrubar a proposta.
  2. Posicionamento sobre vouchers e escolas charter: criticamos o avanço de vouchers (vale-educação) e de escolas charter (escolas conveniadas) como solução para os desafios da Educação brasileira. A partir de uma revisão da literatura realizada em parceria com o D3E, mostramos que as evidências são mistas, que o debate deve ser feito com muita cautela e que esse não é o caminho para mudar de fato a qualidade da Educação Básica no Brasil. O documento pode ser acessado aqui
  1. Ensino a Distância na formação inicial de professores: o Todos tem sido uma das vozes mais críticas contra o avanço do Ensino a Distância na formação inicial de professores, modalidade que foi priorizada pelas universidades particulares nos últimos anos.
    Leia, nesta matéria do Valor.

Nos últimos anos já foram vários posicionamentos nesse sentido e, em 2019, defendemos – com sucesso – que as novas diretrizes nacionais para formação inicial de professores pelo menos incluíssem um limite mínimo de carga presencial. Notas técnicas sobre o tema estão nos links a seguir e, junto com outras medidas para melhorar a formação inicial de professores, seguimos nossa defesa para que a tendência de crescimento do Ensino a Distância seja revertida.

Nota técnica: Panorama dos concluintes em cursos de formação inicial de professores

Nota técnica: Ensino a Distância na Educação Básica frente à pandemia da Covid-19

COMO TRABALHAMOS

O Todos Pela Educação é 100% financiado por recursos privados. Isso mesmo: não aceitamos recursos públicos de qualquer natureza, nem mesmo de empresas de capital misto. Com isso garantimos nossa total independência e análise crítica em relação a governos e partidos. 

As atividades do Todos – e nossa equipe executiva – são mantidas por recursos de doações anuais e de parcerias institucionais. Entre os doadores estão pessoas físicas, fundações, institutos e empresas. Todos identificados de maneira transparente em nosso site.

O Todos, portanto, não tem um “dono”. A quantidade de apoiadores e doadores garante isso. Também não somos uma organização direcionada por doadores, mas APOIADA por doadores que acreditam naquilo que defendemos.

Nunca fizemos e não fazemos convênios com governos ou agentes do setor público. Também não vendemos nenhum produto educacional ou de qualquer natureza. Mesmo no caso de palestras representando a instituição, nenhum colaborador do Todos está autorizado a ser remunerado para isso.

 

O Todos tem uma estrutura de governança institucional responsável pelas definições estratégicas e de atuação, não cabendo a nenhuma instituição apoiadora tomar decisões. Temos um Conselho Deliberativo, composto por oito pessoas mais a Presidência-Executiva, com diferentes experiências e trajetórias na Educação e em outros setores, e com funções bem definidas:

Política educacional comparada (Claudia Costin)

Gestão educacional no Brasil (Binho Marques)

Direito educacional (Prof. Nina Ranieri)

Equidade e inclusão (Eduardo Lyra)

Análise política (Ricardo Sennes)

Gestão administrativa e financeira (Eduardo Vassimon)

Representação de financiadores e apoiadores (Paulo Kakinoff)

Representação de organizações parceiras (Ana Inoue)

Posicionamentos do dia a dia e produções técnicas são prerrogativas integrais do time do Todos, sem necessidade de validação pelo Conselho, a quem cabe, apenas, aprovar as macroestratégias e o plano de ação anual – apresentados pela equipe executiva do Todos – e contribuir para a tomada de decisão estratégica.

O atual time executivo do Todos é composto por 35 pessoas. São profissionais com formações e experiências múltiplas, sendo que parte deles possui passagens pelo governo e/ou como professores. A lista completa da equipe pode ser acessada aqui.

O Todos possui ainda uma Assembleia Geral que anualmente aprova as contas e a gestão financeira do Todos; um Conselho Consultivo e um Conselho de Fundadores, duas instâncias consultivas da instituição. Tudo isso também pode ser encontrado de maneira transparente no site do Todos. 

Se ficou alguma dúvida sobre o Todos, entre em contato com a gente.

E participe dessa jornada em defesa da Educação Básica pública e de um Brasil melhor para todos!