Anuário Brasileiro da Educação Básica 2024
Tradicional publicação que reúne os principais dados educacionais do país está de volta, após breve hiato, numa realização do Todos Pela Educação, da Fundação Santillana e da Moderna.
O Anuário Brasileiro da Educação Básica volta a ser publicado, após breve hiato, reunindo os principais dados educacionais do país. A publicação retorna com estrutura renovada e o compromisso ainda mais sólido com a organização e análise das informações, se consolidando como uma ferramenta fundamental para todos os envolvidos no desafio de garantir uma Educação de qualidade.
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Diferente das anteriores, a nova edição tem como foco a rede pública da Educação Básica e está dividida por temáticas que passam da Educação Infantil à formação de professores; da aprendizagem à infraestrutura; da gestão escolar à tecnologia.
A publicação conta ainda com um capítulo exclusivo dedicado às Relações Étnico-Raciais na Educação e traz também novos levantamentos a partir dos últimos dados do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) e Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica).
“Mantemos a decisão de retratar a Educação brasileira a partir do recorte da rede pública, por entendermos que é o lugar em que o monitoramento dos dados e a aplicação de políticas educacionais têm o maior impacto. Também é a Educação Pública que precisa avançar para reduzir as graves desigualdades de nossa sociedade”, afirma Priscila Cruz, presidente-executiva do Todos Pela Educação.
Visando garantir boa experiência de leitura, diante da robustez dos dados consolidados, o Anuário tem como novidade uma versão digital com melhor interatividade e navegabilidade. Ainda assim, o projeto segue em versão impressa, ampliando a possibilidade de consumo para diferentes públicos, a partir da essência do projeto original – fruto de mais de uma década de parceria entre Todos Pela Educação, Fundação Santillana e Editora Moderna.
“Celebramos o retorno do Anuário Brasileiro da Educação Básica, com a convicção de que mais transparência e mais informação são fundamentais para levar a Educação do país ao patamar de qualidade que todos nós sonhamos”, completa Luciano Monteiro, diretor-executivo da Fundação Santillana.
Veja abaixo, os principais destaques entre os dados do Anuário:
Professores
Pelo menos um em cada três professores não tem formação adequada para a disciplina que leciona no Brasil, com cenário ainda pior nos Anos Finais do Ensino Fundamental. De acordo com a publicação, apenas 68% dos professores da rede pública possuem formação adequada na disciplina da qual dão aula na Educação Infantil e no Ensino Médio. Nos Anos Finais do Ensino Fundamental, a situação é ainda pior: 59%.
No cenário nacional, considerando todas as redes, chama atenção que 12,8% dos docentes não possuem graduação. O percentual é ainda maior na Educação Infantil, chegando a 20,5% (gráfico abaixo). Já o Ensino Médio é a etapa com maior proporção de profissionais com algum nível de graduação (96%).
Educação Infantil
As matrículas de crianças de até 3 anos em creches cresceram ao longo da última década – saltando de 28% em 2013, para 40% em 2023. Contudo, 20% não frequentam a escola por alguma dificuldade de acesso, como falta de vaga, por exemplo. O índice é quatro vezes maior entre as famílias mais pobres, quando comparado com as famílias mais ricas do país.
Financiamento
De 2019 para 2023, o percentual de municípios que tinham gasto anual menor que R$ 8 mil por aluno caiu de 32,7% para 1,7% – efeito direto do Novo Fundeb, implementado no período. Além disso, mostra que a dotação orçamentária do Ministério da Educação destinada à Educação Básica atingiu, em 2023, o maior valor da década: R$ 81,4 bilhões.
Equidade Étnico-Racial
A nova edição da publicação apresenta maior intencionalidade para dados sobre as desigualdades étnico-raciais no país. Na Educação Infantil, é possível observar que as matrículas de crianças pretas, pardas e indígenas cresceram no Brasil em dez anos. Na outra ponta, no Ensino Médio, grupos minorizados seguem com índice de conclusão significativamente menor do que de pessoas brancas (78%).