Referência no monitoramento público dos dados educacionais, o Anuário Brasileiro da Educação Básica 2025 chega à sua 12ª edição reafirmando o papel estratégico da informação para o avanço das políticas públicas e a garantia do direito à aprendizagem. Produzida pelo Todos Pela Educação, em parceria com a Editora Moderna e a Fundação Santillana, a publicação reúne os principais indicadores da área e os organiza de forma clara e contextualizada, evidenciando os desafios mais urgentes da educação brasileira.
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“O Anuário se consolida, a cada edição, como uma ferramenta essencial para gestores públicos, organizações da sociedade civil, jornalistas e todos que atuam pela melhoria da Educação no país. Em um momento decisivo, com o novo Plano Nacional de Educação em debate e políticas estruturantes, como a da Primeira Infância ganhando forma, reunir e organizar dados com rigor técnico é essencial para orientar escolhas mais eficazes”, completa Priscila Cruz, presidente-executiva do Todos Pela Educação.
Nesta edição, além da tradicional ênfase na Educação Básica pública, o Anuário reúne, também, dados agregados das redes privadas e a junção das duas, a rede total. Com isso, oferece um panorama mais completo do cenário educacional brasileiro, sem perder o foco na equidade e na redução das desigualdades.
“O Anuário reúne os principais dados educacionais do país de forma acessível, contribuindo para o fortalecimento das políticas públicas e a garantia do direito à aprendizagem. A publicação está estruturada a partir de temáticas prioritárias da Educação Básica, e contempla aspectos fundamentais como acesso, aprendizagem, infraestrutura, carreira docente, financiamento, equidade racial, entre outros temas essenciais para análises aprofundadas e para o planejamento educacional”, observa Luciano Monteiro, presidente-executivo da Fundação Santillana.
Veja abaixo, os principais destaques entre os dados do Anuário:
Infraestrutura básica
No retrato nacional, a publicação mostra que menos da metade das escolas públicas contam com tratamento de esgoto, e mais de 20% não possuem serviço de coleta de lixo. Entre as disparidades regionais relacionadas à oferta de infraestrutura básica, destacam-se:
- Falta de água potável, que ainda afeta 3 em cada dez escolas públicas no Acre e em Roraima;
- Falta de energia elétrica, que afeta aproximadamente um terço das unidades públicas no Acre e no Amazonas;
- Falta de banheiro, que atinge mais de 25% das escolas públicas em Roraima.
Climatização nas salas de aula
O Anuário também aponta que apenas 38,7% das salas de aula das escolas públicas contam com algum tipo de climatização, como ar-condicionado, aquecedor ou climatizador. Entre as regiões, o Sudeste (21,5%) apresenta a menor taxa, enquanto o Centro-Oeste (64,2%) tem o maior índice. Entre os estados, Minas Gerais aparece com o menor percentual (11,7%%) e Rondônia, com o maior (91,4%). Veja o capítulo na íntegra.
Tecnologia
No que se refere à tecnologia, 44% das escolas públicas estão conectadas com parâmetros adequados para uso pedagógico em sala de aula. Por outro lado, 4,6% não possuem nenhuma conexão ou nem mesmo energia elétrica adequada.
Professores
Entre 2014 e 2024, a Educação Básica pública avançou na formação docente: nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, a proporção de professores com licenciatura ou bacharelado com complementação pedagógica na área de atuação subiu de 56,6% para 75,3%. No total, o número de docentes sem graduação caiu de 23,8% para 12,5%. Ainda assim, na Educação Infantil, 19,4% dos professores seguem sem diploma de Ensino Superior. Já em relação à remuneração, dados de 2023 mostram que 68,5% dos municípios pagavam ao menos o piso nacional do magistério para jornadas de 40 horas semanais. Acesse o capítulo na íntegra aqui.
Equidade étnico-racial na educação
Enquanto 91,5% dos jovens brancos concluem o Ensino Fundamental aos 16 anos, esse índice cai para 83,5% entre os pardos e para 80,9% entre os pretos. A defasagem se amplia no Ensino Médio: aos 19 anos, 79,4% dos brancos concluíram essa etapa, frente a 66,6% dos pardos e 62,1% dos pretos. As desigualdades também se refletem nos níveis de aprendizagem, com alunos brancos e amarelos registrando desempenho superior ao de alunos pretos, pardos e indígenas em avaliações de Língua Portuguesa e Matemática. Confira os detalhes aqui.
Acesso aos Anos Iniciais do Ensino Fundamental
Ao observar as matrículas no Ensino Fundamental, os dados dos Anos Finais chamam atenção. Em 2024, a taxa de crianças de 6 a 10 anos matriculadas nessa etapa manteve-se em 93,3%, representando o menor nível da série histórica pelo segundo ano consecutivo. Desde a pandemia, a taxa líquida de matrículas na etapa caiu e até hoje não conseguiu ser recuperada. Veja o capítulo na íntegra.
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