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Matrículas no Ensino Médio Integral triplicam em quase dez anos, mas modelo ainda é desigual nos estados

PE, PI, CE e PB ultrapassam 50% das matrículas; Enquanto RR, SC e DF têm cobertura abaixo de 5%, segundo estudo do Todos
Professora de blusa amarela orienta uma aluna durante atividade em sala de aula. A estudante escreve atenta, enquanto outros alunos, ao fundo, também realizam suas tarefas. A sala tem paredes claras e iluminação natural, criando um ambiente de concentração e aprendizado.

O número de matrículas no Ensino Médio Integral no Brasil mais que triplicou nas redes estaduais entre 2016 e 2024, chegando a 1,3 milhão de estudantes. O avanço também se deu de forma significativa no número de escolas que ofertam o modelo, passando de 1,6 mil para mais de 7 mil unidades. Apesar disso, a oferta ainda é desigual nos estados brasileiros. 

Os dados são de um novo estudo do Todos Pela Educação com base em dados do Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e Diretoria de Estatísticas Educacionais (Deed). 

ACESSO O ESTUDO NA ÍNTEGRA

Evolução das matrículas no Ensino Médio Integral – redes estaduais, Brasil (2016-2024)

Segundo o estudo, estados do Nordeste se destacam como líderes de cobertura, com Pernambuco, Piauí, Ceará e Paraíba ultrapassando 50% das matrículas em tempo integral – a média nacional é de 22%. Pernambuco, especificamente, conta com 71% das matrículas em Ensino Médio Integral na rede estadual. Já em estados como Roraima, Santa Catarina e Distrito Federal, a cobertura permanece muito limitada, abaixo de 5%, evidenciando desigualdades regionais.

Percentual de matrículas no Ensino Médio Integral – redes estaduais, por UF (2024)

“O Ensino Médio Integral é uma política pública estratégica, com impactos positivos amplos, sejam eles educacionais, econômicos e sociais, especialmente para os jovens mais vulneráveis. A expansão nacional dos últimos anos indica que, ao unir priorização, planejamento e continuidade, é possível ter avanços significativos na cobertura da política de Ensino Médio Integral. O Brasil precisa seguir consolidando e ampliando o modelo, enfrentando as desigualdades regionais.”, completa Corrêa. 

Expansão de escolas

O estudo constata ainda a expansão do total de escolas que ofertam Ensino Médio Integral em redes que partiram de patamares mais baixos, como Bahia, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul, mostrando que o crescimento é viável quando há compromisso político e planejamento contínuo. Piauí, Ceará e Paraíba, que são destaque em cobertura de matrículas, também estão entre as redes com maior expansão de escolas no período analisado (gráfico abaixo).

Redes estaduais com maior expansão das escolas com oferta do Ensino Médio Integral  (2016-2024)

“O Ensino Médio Integral é uma política pública estratégica, com impactos positivos amplos, sejam eles educacionais, econômicos e sociais, especialmente para os jovens mais vulneráveis. A expansão nacional dos últimos anos indica que, ao unir priorização, planejamento e continuidade, é possível ter avanços significativos na cobertura da política de Ensino Médio Integral. O Brasil precisa seguir consolidando e ampliando o modelo, enfrentando as desigualdades regionais.”, completa Corrêa.

Ensino Médio Integral

O estudo considera como matrículas Ensino Médio Integral aquelas de estudantes do Ensino Médio que permanecem em atividades presenciais por 35 horas ou mais por semana, seja exclusivamente em turmas de escolarização, seja por meio da soma de escolarização presencial com atividades complementares, atendimento educacional especializado (AEE) ou turmas exclusivas de itinerário formativo, desde que em escolas com oferta do Ensino Médio Integral. 

Define-se como escola com oferta de Ensino Médio Integral aquela que possui, no mínimo, uma turma presencial de Ensino Médio com carga horária semanal igual ou superior a 35 horas. O cálculo, feito a partir da base de turmas do Censo Escolar, considera apenas escolas em atividade, com oferta de ensino regular e presencial, e com escolarização de alunos.

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