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ProUni para formação de professores já tem sete em cada 10 ingressantes na modalidade a distância

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Estudo inédito do Todos Pela Educação revela que há rápida expansão dos financiamentos via Programa Universidade para Todos (ProUni) em cursos de formação de professores na modalidade de Educação a Distância (EaD). O percentual de financiamentos do programa concedidos para ingressantes desses cursos aumentou 368% entre 2013 e 2018. Atualmente, 67% dos financiamentos via ProUni para ingressantes em cursos voltados à docência são na modalidade EAD. Os dados são do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP).

 

 

A distância e sem qualidade

Continuação de estudo anterior, também do Todos Pela Educação, que chamou a atenção para o forte crescimento de EaD na formação dos futuros professores e que indicou a falta de regulação para a modalidade, os dados do levantamento atual mostram ainda que o Governo Federal vem financiando cursos de má qualidade para futuros docentes: quatro em cada 10 financiamentos ProUni para ingressantes na formação inicial de professores estão indo para cursos EaD avaliados com Conceito Preliminar de Curso (CPC) 1, 2 ou 3.

“No primeiro estudo vimos que, fruto de uma regulação frágil, houve uma forte expansão da EaD na formação de professores – muito acima da média dos outros cursos e na contramão do que precisamos fazer, dado o desafio de efetivamente preparar o professor para a prática em sala de aula. Agora, vemos que não é só uma questão de  regulação: houve incentivo do Governo Federal para que isso acontecesse, com financiamento federal indo para cursos de formação de professores a distância e, mais preocupante ainda, de baixa qualidade. Isso precisa ser revisto urgentemente. Ou fazemos como os países que entenderam que formar um professor é coisa séria, tratando com o mesmo rigor que a formação de um médico; ou continuaremos a observar um cenário que fragiliza a carreira docente e, consequentemente, nossas chances de realmente melhorarmos a qualidade da Educação Básica brasileira”, afirma Olavo Nogueira Filho, diretor de políticas educacionais do Todos Pela Educação.

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