Diálogos #EducaçãoJá: tudo que rolou em quatro encontros com os presidenciáveis
Durante quatro dias, o Todos Pela Educação recebeu em sua sede, em São Paulo, três candidatos à Presidência da República e um representante de candidatura para discutir os desafios da Educação Básica do Brasil. Na série de encontros realizada em parceria com o jornal Folha de S.Paulo (SP), eles revelaram aos eleitores o que planejam priorizar na área caso vençam a corrida eleitoral que se aproxima.
Dar visibilidade à Educação no atual momento é de extrema importância. O tema é constantemente deixado de lado nas sabatinas e debates presidenciáveis, embora haja consciência social sobre sua relevância, como mostram dados recentes. É o caso de uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o Todos Pela Educação, que revelou neste ano que 89% dos brasileiros acreditam que a Educação é determinante para o desenvolvimento do País.
Se você perdeu os encontros com os candidatos presidenciáveis, não tem problema. Eles estão disponíveis na íntegra em nosso canal de Youtube. Abaixo, você pode conferir a compilação das principais promessas feitas pelos presidenciáveis Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Geraldo Alckmin (PSDB) e pelo representante da candidatura do PT, Fernando Haddad, sobre os temas que mais se destacaram em suas falas. Vamos lá!
Professor
A realidade do magistério brasileiro é grave: faltam formação, valorização, acompanhamento de desempenho e apoio. E não adianta apostar nessa ou naquela iniciativa, afirmam os especialistas. Vencer esse aparente impasse passa pela implementação de ações articuladas, como mais preparo, cobrança de resultados, melhores salários e apoio constante aos professores.
Assim, há, entre os candidatos à Presidência, um consenso sobre a urgência da valorização dos professores e, apesar de algumas diferenças, a formação adequada desses profissionais na universidade apareceu como prioridade em seus planos de governo.
Ciro Gomes: comprometeu-se a investir na melhoria da remuneração, permanente participação e em mecanismos de premiação para os professores.
Marina Silva: destacou a importância de fortalecer o tripé pesquisa, extensão e formação para os professores, além de aprimorar a formação inicial.
Geraldo Alckmin: prometeu investir em formação inicial e continuada, quer criar uma bolsa estímulo para jovens que desejarem seguir a carreira e também mostrou-se favorável à adoção de bônus.
Fernando Haddad: criticou políticas públicas feitas sem a participação dos educadores, quer investir na formação docente, melhorar o salário e estabelecer uma nota mínima do Enem para o ingresso na carreira.
Ensino Médio
Há anos o Ensino Médio está na berlinda do debate educacional. É consenso entre os especialistas que, no modelo em que é oferecida hoje, a etapa está descolada da realidade e distante dos projetos de vida dos jovens. É como se a escola brasileira estivesse se movendo em um barco a remo, enquanto os sistemas de ensino mais bem-sucedidos do mundo seguem de avião.
Assim, sociedade, gestores, educadores e especialistas concordam que do jeito que está, não dá mais. Tal concordância se refletiu também nas falas dos candidatos presidenciáveis, que concordaram que a situação da etapa precisa mudar. Apenas Marina Silva não citou o Ensino Médio como uma de suas principais prioridades de governo, apesar de indicar que apoiará as redes estaduais na melhoria do ensino.
Ciro Gomes: criticou a “reforma” do Ensino Médio, quer maior participação das juventudes nas políticas da etapa e a ampliação das matrículas em tempo integral.
Marina Silva: também criticou a “reforma” do Ensino Médio, prometeu apoiar as localidades na efetivação das mudanças da etapa e na implementação da Base Nacional Comum Curricular e quer garantir o Ensino Profissionalizante aliado a uma formação mais ampla.
Geraldo Alckmin: apoia a “reforma” do Ensino Médio, quer reduzir em 50% a evasão na etapa e ampliar o Ensino Profissionalizante articulado ao Ensino Médio.
Fernando Haddad: criticou a “reforma” do Ensino Médio, prometeu elaborar um pacto com os estados a favor da etapa e quer aprimorar a avaliação e fiscalização do Ensino Profissionalizante.
Primeira Infância
As pesquisas nacionais e internacionais acumulam evidências sobre como se dá o desenvolvimento na Primeira Infância (etapa da vida que vai dos 0 aos 6 anos da criança) e como os estímulos de qualidade podem influenciar no desempenho cognitivo e psicológico, além da saúde emocional dos indivíduos. Por se tratar de um momento muito particular da vida, em que os bebês e crianças aprendem o tempo todo e absorvem tudo o que acontece ao redor, toda proposta para essa faixa etária precisa contemplar várias dimensões, como saúde, segurança, higiene, assistência social, família e, claro, Educação.
Nos encontros com os presidenciáveis, a pauta apareceu entre as principais prioridades de três dos candidatos – a exceção ficou por conta do representante da candidatura do PT, que destacou a importância de políticas orientadas para essa fase da vida, mas não as elencou entre as preocupações centrais de uma futura gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ciro Gomes: prometeu ampliar as vagas de Educação Infantil de modo a ofertar uma proteção integral e dar oportunidade para os pais trabalharem.
Marina Silva: também disse que apostará nas ações articuladas, especialmente de Educação Infantil, e quer incentivar planos municipais de Primeira Infância.
Geraldo Alckmin: disse que será o “presidente da Primeira Infância”, quer criar iniciativas articulando várias pastas e acompanhar as mães. Também comprometeu-se a zerar o número de crianças de 4 a 5 anos fora da Pré-escola.
Fernando Haddad: também destacou a necessidade de iniciativas articuladas para a Primeira Infância e quer aprimorar a coordenação entre elas.
Confira as prioridades que cada presidenciável e Fernando Haddad, representando a candidatura do PT, indicaram caso sejam eleitos para a gestão 2019-2022: