Em dez anos, o total de matrículas em cursos de formação de professores na modalidade a distância dobrou no país, chegando a 70%. É o que mostra a série histórica do Anuário Brasileiro da Educação Básica 2025, elaborado pelo Todos Pela Educação, Fundação Santillana e Editora Moderna, a partir do Censo da Educação Superior 2024. Os dados foram atualizados nesta quinta-feira (30). Veja mais detalhes aqui.
Em 2014, os cursos de licenciatura na modalidade a distância somavam 534 mil matrículas (37% do total). Em 2024, o número chegou a 1,18 milhão, o equivalente a sete em cada dez estudantes. O crescimento foi puxado pela rede privada, que passou de 440 mil (30%) para mais de 1 milhão de matrículas (63%), enquanto a rede pública manteve-se praticamente estável. Mais detalhes aqui.
Enquanto o EaD avançou de forma acelerada, o movimento foi inverso na modalidade presencial. Em 2014, os cursos presenciais de licenciatura reuniam 911 mil matrículas (63%); em 2024, esse número caiu quase pela metade, chegando a 525 mil (31%).
Matrículas no Ensino Superior em cursos voltados à docência, por modalidade – Brasil (em milhares)

Concluintes em licenciaturas
Entre os concluintes, o avanço do EaD também é expressivo. Em 2014, menos da metade (34%) dos formados em cursos de licenciatura vinha dessa modalidade; em 2024, esse percentual quase dobrou, chegando a 66%. Em dez anos, o número de professores formados a distância saltou de 74 mil para 133 mil, impulsionado principalmente pela rede privada. Veja mais aqui.
Cursos de formação de professores
Entre os cursos voltados à formação de professores, Pedagogia concentra o maior número de concluintes na modalidade a distância: foram mais de 80 mil, dos quais 77 mil na rede privada. Os dados mostram que, nos cinco principais cursos de formação docente, o EaD já supera o presencial. Em todas as áreas, a rede privada domina a oferta e a conclusão.
“A qualidade do ensino no Brasil também depende da qualidade dos professores, por isso é fundamental garantir rigor na formação de quem ensina. Permitir que o EaD seja hoje a principal via de formação inicial docente é um erro estratégico que compromete o futuro da Educação Básica. O país precisa romper com esse ciclo de desvalorização, fortalecendo a oferta de cursos presenciais de excelência, com acompanhamento efetivo e alto padrão de exigência. Formar bem os professores é investir, de fato, na aprendizagem dos alunos”, afirma Priscila Cruz, presidente-executiva do Todos Pela Educação.
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