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Poesia Dia do Refugiado: A Travessia do Conhecimento

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A TRAVESSIA DO CONHECIMENTO
Por Raul Sicallona

Em terras estranhas jazem sonhos desfeitos, vidas pausadas que anseiam por acordar. Os refugiados, banidos de sua casa, procuram um raio de esperança em sua travessia. Mas entre saudades e tristezas, ergue-se um farol: Educação, bússola na travessia.

O conhecimento, tesouro divino, é a ponte para a liberdade. Para quem fugiu da escuridão, encontrar a luz na sala de aula é a verdadeira saudade. Na sala de aula, as palavras tornam-se asas, voam alto e deixam sua marca por onde passam.

A Educação não conhece fronteiras, seus laços não param nas barreiras. Com livros e lápis traça-se um caminho, construindo alicerces para um futuro certo. Sementes de esperança são plantadas em cada mesa, germinando conhecimento em terras estrangeiras.

A Educação desperta vozes adormecidas, capacita mentes e liberta consciências. Para os refugiados, é um farol de esperança, o caminho para uma vida de abundância. Dá-lhes asas para voar alto e alcançar seus objetivos, quebrando o ciclo das tragédias do passado.

Vamos abrir as portas da Educação, independente de raça, religião ou nação. Porque toda mente brilhante, toda alma nutridora contribui para o progresso e o bem comum. Vamos mostrar ao mundo que os refugiados merecem um lugar onde o acesso à Educação seja um direito universal.

Que o poema da Educação seja cantado com força, ressoando nos corações, em todos os recantos. Que os refugiados encontrem seu refúgio nas salas de aula e ultrapassem fronteiras com seu talento e coragem. Porque somente através da Educação, eles poderão alcançar seus direitos e objetivos na terra anfitriã.

Sobre o poeta

Aos 76, Raul vive em refúgio, na cidade de São Paulo com sua esposa Elvira, em um apartamento de 40 metros quadrados no bairro de Tatuapé. Ambos vacinados contra a Covid-19, dividem o tempo entre as aulas de português, os trabalhos dele como palestrante e a adaptação no novo destino.

Da Venezuela, guardam boas lembranças de uma casa que tinham na Ilha Margarita – hoje, transformada em 32 caixas de memória, guardadas na residência de um amigo, na qual talvez um dia possam buscar de volta.

Na Venezuela, Raul – um homem negro que representa uma exceção enquanto ascensão social e sucesso profissional no país, com as mesmas questões de raça e etnia que há no Brasil. 

Raul Siccalona: poeta e diretor de cinema venezuelano. Vive em refúgio no Brasil há 3 anos. Encontra na Educação e na arte seu farol de vida.

Por uma vida sem fronteiras, seja na Educação ou nas linhas dos mapas.

Conheça o Raul por suas redes sociais.