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Prova Brasil: o que é e como se tornou o novo Saeb

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A cada dois anos, estudantes do 5º e do 9º ano do Ensino Fundamental de escolas da rede pública realizam uma prova padronizada, aplicada pelo Ministério da Educação (MEC). Até 2018, ela se chamava Prova Brasil. A partir da edição de 2019, ela passou a ter o nome de Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), sistema que existe desde os anos 90 e que, agora, nomeia o conjunto de avaliações da Educação Básica (entenda a mudança aqui).

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Mas o que é esse exame? E para que ele serve? É por meio dos testes de língua portuguesa e de matemática que o País monitora os índices de qualidade da Educação. É praticamente uma fotografia do ensino. Com os resultados da Prova Brasil, as secretarias de Educação, o MEC e as próprias escolas podem definir ações e direcionar recursos para melhorar o aprendizado dos estudantes.

Descubra mais sobre o exame:

 

O que era a Prova Brasil?

Era um exame para estudantes do 5º e do 9º anos (antigas 4ª e 8ª séries) do Ensino Fundamental, que serve para avaliar o rendimento das escolas públicas do País. Ele testa o conhecimento dos alunos em língua portuguesa e matemática. O nome mudou, mas a prova se mantém.

 

Por que o nome mudou?

As provas padronizadas aplicadas pelo governo durante toda a educação básica tinham três nomes diferentes: Prova Brasil, Saeb e Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA). Os exames também tinham calendários diferentes. Em 2018, o MEC decidiu unificar o nome – todos passaram a ser chamados de Saeb – e as datas de aplicação.

 

Como é o exame?

Ele contém questões de múltipla escolha com quatro ou cinco alternativas. A prova de português tem foco em leitura e a de matemática aborda a solução de problemas. A partir de 2019, haverá também questões de ciências humanas e ciências da natureza para os alunos do 9o. ano. Além do caderno de prova, há um questionário socioeconômico e cultural em que os estudantes respondem a perguntas sobre fatores que podem influenciar seu desempenho nas provas.

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São quantas perguntas? E qual o tempo de duração da prova?

O número de questões varia conforme o ano escolar:
– Alunos do 5º ano: 22 questões de língua portuguesa em duas provas e 21 testes de matemática, divididos em duas etapas.
– Alunos do 9º ano: 26 perguntas de língua portuguesa, divididas em duas provas, e 26 de matemática, também em dois blocos. A parte das ciências humanas e da natureza ainda será definida.
Cada bloco ou prova tem duração de 25 minutos. Depois de responder a cada prova, os alunos têm dez minutos para preencher a folha de respostas.

 

Quem é o responsável pela prova?

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do MEC, é o responsável pelo desenvolvimento e pela aplicação das provas. Esta última fase é feita com a colaboração das secretarias estaduais e municipais de Educação.

 

Quando é aplicado o exame?

A cada dois anos, em anos ímpares.

 

O que é feito com o resultado das avaliações?

Com os resultados da avaliação, as secretarias e o MEC têm um diagnóstico da Educação brasileira, podendo detectar desigualdades nas escolas e entre elas. A partir disso, esses órgãos devem definir ações e direcionar recursos para corrigir essas distorções e melhorar a qualidade do ensino.

 

Qual é a importância dessa avaliação?

A prova conscientiza os gestores sobre a realidade de cada escola, ajuda a aplicar os recursos nas áreas prioritárias e a estabelecer metas. Além disso, pretende mobilizar a comunidade escolar em busca de uma qualidade de ensino melhor na rede pública do País. Os dados coletados também permitem comparações, ou seja, é possível, a partir deles, acompanhar a evolução dos desempenhos das unidades e redes de ensino.

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Em quais escolas a prova é aplicada?

A prova oficial é aplicada a todos os estudantes das redes públicas, matriculados no 5º e no 9º ano, em escolas urbanas e rurais que tenham o mínimo de 20 alunos matriculados na turma avaliada. As escolas particulares também podem aderir voluntariamente.

 

O que cai na prova?

O exame é feito com base em um documento chamado Matrizes e Referências, elaborado pelo Inep e enviado às escolas, no qual estão descritas as habilidades a serem avaliadas e as orientações para a elaboração das questões. Essas matrizes reúnem o conteúdo a ser avaliado em cada disciplina e série.

 

Como foram definidas essas matrizes?

Foram consultados os Parâmetros Curriculares Nacionais, os currículos dos estados brasileiros e de alguns municípios e professores de língua portuguesa e matemática das redes municipal, estadual e particular. A partir dessa consulta, foi identificado o que havia de comum entre todas essas propostas para criar, assim, as Matrizes de Referência. Em seguida, foram incorporadas também análises de especialistas nas áreas de conhecimento avaliadas. Para a parte de ciências da natureza e ciências humanas, as matrizes estão sendo feitas a partir da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

 

Qual a diferença entre as avaliações padronizadas e as provas tradicionais/clássicas?

As provas aplicadas pelo Inep, diferentemente das provas aplicadas em sala de aula pelos docentes, utiliza uma metodologia na sua construção e aplicação que permitem avaliar redes ou sistemas de ensino, e não alunos individualmente. Elas não substituem as provas e testes aplicados pelos professores.

 

É possível acompanhar os resultados da avaliação?

Sim. Os resultados saem um ano depois da aplicação da prova. Eles ficam disponíveis para consulta pública online dentro do sistema Ideb Escola. Também e são enviados às escolas participantes da avaliação. É importante divulgar os resultados para que as escolas possam fixar metas de desempenho.

 

Os professores também são avaliados?

Não, mas os docentes e diretores das turmas e escolas avaliadas respondem a um questionário que busca reunir dados demográficos, seus perfis profissionais e de condições de trabalho.