Entre os governadores presentes no Encontro Anual Educação Já 2025 — todos eles reconhecidamente com avanços nas avaliações de aprendizagem (Saeb) ou no desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em seus territórios — três temas despontaram como pontos de convergência nacional: a expansão do Ensino em Tempo Integral, a Educação Profissional e o fortalecimento da colaboração entre estados e municípios.
Independentemente de partido ou região, as lideranças estaduais reforçaram a urgência de ampliar o tempo de permanência dos alunos nas escolas como caminho para uma Educação mais completa e conectada às necessidades contemporâneas — com forte destaque à formação profissional e ao desenvolvimento de competências digitais. Ao mesmo tempo, defenderam atuação articulada entre os entes federados, reconhecendo que a melhoria da aprendizagem, especialmente na alfabetização, passa pela construção de políticas conjuntas entre Estados e seus respectivos municípios.
O governador Renato Casagrande (ES) destacou os avanços do Espírito Santo na expansão da jornada escolar e reforçou, como compromisso, o aumento de escolas nessa modalidade. Casagrande também destacou os impactos positivos nas avaliações estaduais, mostrando que o modelo integral já vem elevando os resultados de aprendizagem.
“Nós temos hoje 60% das nossas escolas com Educação em Tempo Integral. Vamos alcançar agora, até o ano que vem, 50% dos nossos alunos com Educação em Tempo Integral. Toda a escola com Educação em Tempo Integral, não só uma turma ou outra turma.”
O governador do Ceará Elmano de Freitas (PT) anunciou uma meta ambiciosa: tornar todas as escolas de Ensino Médio em Tempo Integral e, na sequência, transformá-las em instituições técnico-profissionalizantes conectadas às vocações econômicas locais.
“Eu não tenho nenhuma dúvida que no estado do Ceará a nossa meta inicial é ter todas as escolas em tempo integral. Em seguida, nós vamos ter que dar o outro passo: toda escola em tempo integral também será profissionalizante, coerente com o desenvolvimento econômico do país.”
O governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) também apresentou um salto na cobertura da política e promete ainda mais para este ano, evidenciando uma tendência nacional de expansão do modelo.
“O estado tinha 1% das escolas em tempo integral, estamos chegando a 30% das escolas de Ensino Médio em tempo integral neste ano.”
Rafael Fonteles (PT), governador do Piauí, defendeu que o tempo integral, associado à Educação Profissional, é a base para o que chama de “uma Educação ousada”, capaz de incorporar temas como inteligência artificial de forma estruturada e prometeu uma gestão voltada a aprimorar o que seu estado já conquistou.
“O tempo integral é a pedra de toque, pra gente fazer essa transformação. Porque o aluno, tendo mais tempo na escola, eu consigo colocar o ensino de Inteligência Artificial como obrigatório, por exemplo. Todas as profissões vão ser impactadas pela IA. Como é que eu não vou estar formando meu povo para essa nova realidade? O Tempo Integral é o que nos possibilita fazer essa ousadia. Colocar uma Educação Profissional e Técnica, fazer a formação cidadã, cultura, esporte, cidadania. Se eu não tiver esse aluno mais tempo na escola, eu não consigo fazer isso.”
Helder Barbalho (MDB), governador do Pará, também destacou a ampliação do tempo integral e o compromisso com a articulação intergovernamental como eixo central de sua política educacional.
“Nós vamos avançar e investir cada vez mais para podermos ser o primeiro colocado no Ideb, mas certamente está encaminhado o que deve ser feito, que é investir mais em escola de tempo integral e na criação de uma articulação com os municípios.”
A governadora Raquel Lyra (PSDB), de Pernambuco, em consonância ao grupo apontou que a colaboração com os municípios tem sido decisiva para enfrentar os desafios de aprendizagem.
“Vamos trabalhar o apoio e a colaboração junto aos municípios. Nós, inspirados inclusive em estados como o Ceará, fomos buscar o problema desde cedo. Pernambuco figura há muitos anos como um dos primeiros colocados no Brasil em Ensino Médio. Mas a gente tem números não tão bons assim no Ensino Fundamental 1 e 2.”
Ronaldo Caiado (União), de Goiás, ressaltou a importância de atrelar os repasses de recursos a resultados educacionais e de manter uma atuação consistente em parceria com os municípios.
“O repasse para os municípios de acordo com o resultado da Educação é fundamental. Hoje nós estamos nos destacando nesse trabalho com os nossos 246 municípios.”
O governador do Paraná Ratinho Junior (PSD) também enfatizou o avanço na colaboração com as redes municipais, especialmente no Ensino Fundamental.
“Há um avanço muito grande, em especial no Ensino Fundamental 1 e 2, onde nos inspiramos em políticas públicas de vários estados para fazer uma parceria com os prefeitos e com os secretários de Educação municipais para auxiliar o planejamento estratégico desses municípios.”
Esses compromissos mostram que, apesar das diferentes realidades locais e múltiplas colorações político-partidárias, há um esforço conjunto e crescente por parte dos governadores brasileiros que obtiveram os melhores resultados educacionais para consolidar políticas estruturantes, informadas pelas evidências e sustentadas pela cooperação federativa.
Assista na íntegra o painel sobre Governadores e a Prioridade à Educação
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