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Governadores: Tempo Integral e colaboração com municípios são apostas para aumentar a aprendizagem dos alunos

Cinco homens estão sentados em poltronas brancas sobre um palco, participando de um painel no evento “Educação Já – Encontro Anual 2025”. Todos usam trajes formais e crachás. Um deles, à direita, fala ao microfone, enquanto os demais escutam ou observam. Ao fundo, o telão exibe a imagem ampliada do participante que está falando. O painel é composto por autoridades públicas e gestores, com copos d’água e objetos pessoais sobre as mesas entre eles.

Entre os governadores presentes no Encontro Anual Educação Já 2025 todos eles reconhecidamente com avanços nas avaliações de aprendizagem (Saeb) ou no desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em seus territórios — três temas despontaram como pontos de convergência nacional: a expansão do Ensino em Tempo Integral, a Educação Profissional e o fortalecimento da colaboração entre estados e municípios

Independentemente de partido ou região, as lideranças estaduais reforçaram a urgência de ampliar o tempo de permanência dos alunos nas escolas como caminho para uma Educação mais completa e conectada às necessidades contemporâneas — com forte destaque à formação profissional e ao desenvolvimento de competências digitais. Ao mesmo tempo, defenderam atuação articulada entre os entes federados, reconhecendo que a melhoria da aprendizagem, especialmente na alfabetização, passa pela construção de políticas conjuntas entre Estados e seus respectivos municípios.

O governador Renato Casagrande (ES) destacou os avanços do Espírito Santo na expansão da jornada escolar e reforçou, como compromisso, o aumento de escolas nessa modalidade. Casagrande também destacou os impactos positivos nas avaliações estaduais, mostrando que o modelo integral já vem elevando os resultados de aprendizagem.

“Nós temos hoje 60% das nossas escolas com Educação em Tempo Integral. Vamos alcançar agora, até o ano que vem, 50% dos nossos alunos com Educação em Tempo Integral. Toda a escola com Educação em Tempo Integral, não só uma turma ou outra turma.” 

O governador do Ceará Elmano de Freitas (PT) anunciou uma meta ambiciosa: tornar todas as escolas de Ensino Médio em Tempo Integral e, na sequência, transformá-las em instituições técnico-profissionalizantes conectadas às vocações econômicas locais. 

“Eu não tenho nenhuma dúvida que no estado do Ceará a nossa meta inicial é ter todas as escolas em tempo integral. Em seguida, nós vamos ter que dar o outro passo: toda escola em tempo integral também será profissionalizante, coerente com o desenvolvimento econômico do país.” 

O governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) também apresentou um salto na cobertura da política e promete ainda mais para este ano, evidenciando uma tendência nacional de expansão do modelo.

“O estado tinha 1% das escolas em tempo integral, estamos chegando a 30% das escolas de Ensino Médio em tempo integral neste ano.”

Rafael Fonteles (PT), governador do Piauí, defendeu que o tempo integral, associado à Educação Profissional, é a base para o que chama de “uma Educação ousada”, capaz de incorporar temas como inteligência artificial de forma estruturada e prometeu uma gestão voltada a aprimorar o que seu estado já conquistou. 

“O tempo integral é a pedra de toque, pra gente fazer essa transformação. Porque o aluno, tendo mais tempo na escola, eu consigo colocar o ensino de Inteligência Artificial como obrigatório, por exemplo. Todas as profissões vão ser impactadas pela IA. Como é que eu não vou estar formando meu povo para essa nova realidade? O Tempo Integral é o que nos possibilita fazer essa ousadia. Colocar uma Educação Profissional e Técnica, fazer a formação cidadã, cultura, esporte, cidadania. Se eu não tiver esse aluno mais tempo na escola, eu não consigo fazer isso.” 

Helder Barbalho (MDB), governador do Pará, também destacou a ampliação do tempo integral e o compromisso com a articulação intergovernamental como eixo central de sua política educacional.

“Nós vamos avançar e investir cada vez mais para podermos ser o primeiro colocado no Ideb, mas certamente está encaminhado o que deve ser feito, que é investir mais em escola de tempo integral e na criação de uma articulação com os municípios.”

A governadora Raquel Lyra (PSDB), de Pernambuco, em consonância ao grupo apontou que a colaboração com os municípios tem sido decisiva para enfrentar os desafios de aprendizagem. 

“Vamos trabalhar o apoio e a colaboração junto aos municípios. Nós, inspirados inclusive em estados como o Ceará, fomos buscar o problema desde cedo. Pernambuco figura há muitos anos como um dos primeiros colocados no Brasil em Ensino Médio. Mas a gente tem números não tão bons assim no Ensino Fundamental 1 e 2.”

Ronaldo Caiado (União), de Goiás, ressaltou a importância de atrelar os repasses de recursos a resultados educacionais e de manter uma atuação consistente em parceria com os municípios. 

“O repasse para os municípios de acordo com o resultado da Educação é fundamental. Hoje nós estamos nos destacando nesse trabalho com os nossos 246 municípios.”

O governador do Paraná Ratinho Junior (PSD) também enfatizou o avanço na colaboração com as redes municipais, especialmente no Ensino Fundamental.

“Há um avanço muito grande, em especial no Ensino Fundamental 1 e 2, onde nos inspiramos em políticas públicas de vários estados para fazer uma parceria com os prefeitos e com os secretários de Educação municipais para auxiliar o planejamento estratégico desses municípios.”

Esses compromissos mostram que, apesar das diferentes realidades locais e múltiplas colorações político-partidárias, há um esforço conjunto e crescente por parte dos governadores brasileiros que obtiveram os melhores resultados educacionais para consolidar políticas estruturantes, informadas pelas evidências e sustentadas pela cooperação federativa.

Assista na íntegra o painel sobre Governadores e a Prioridade à Educação


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