Levantamento do Todos Pela Educação compara matrículas e conclusão da etapa entre brancos, pretos e pardos. Desigualdade, porém, reduziu entre 2012 e 2022. 

O acesso e a conclusão de estudantes pretos e pardos ao Ensino Médio ainda equivale a uma década de atraso, na comparação com indicadores de estudantes brancos. É o que mostra um levantamento do Todos Pela Educação, com base em dados do IBGE, entre 2012 e 2022. A análise considera adolescentes de 15 a 17 anos que frequentam ou já concluíram esta etapa de ensino, bem como os jovens de até 19 anos que já finalizaram essa fase.

No último ano, os indicadores para os jovens pretos e pardos ficaram em níveis semelhantes aos que alunos brancos possuíam em 2012. O levantamento aponta, porém, que houve redução da desigualdade entre os grupos nos últimos dez anos no Brasil.

Abaixo, os números: 

A nota técnica ainda mostra que apenas seis em cada dez jovens pretos de 19 anos concluíram o Ensino Médio no país.  Neste grupo, a taxa de conclusão dobrou nos últimos dez anos. Ainda assim, o índice atual é menor do que o de jovens brancos em 2012.

Números abaixo: 

“Apesar dos avanços, a desigualdade étnico-racial ainda permeia todo o nosso sistema educacional no Brasil. Os números revelam o resultado de um ciclo de exclusão de jovens pretos e pardos que, no contexto educacional, também é determinado por décadas de ausência de políticas intencionalmente voltadas à equidade das relações étnico-raciais.  Ao deixar para trás um enorme contingente de estudantes, as políticas educacionais não atingem sua finalidade de promover Educação de qualidade para todos. Os dados demonstram a urgente necessidade de ações voltadas à equidade racial, que somente serão efetivas se houver real comprometimento das lideranças políticas e de gestores públicos”, afirma Gabriel Corrêa, diretor de Políticas Públicas do Todos Pela Educação. 

Panorama Geral

No panorama geral, incluindo todos os alunos, é válido ressaltar que o Brasil avançou no acesso e na conclusão do Ensino Médio desde 2012. Naquele ano, 63,5% dos alunos (de 15 e 17 anos) estavam matriculados ou já haviam concluído os estudos. Em 2022, eram 76,7%. Já entre os jovens de 19 anos, 50,4% haviam terminado a etapa em 2012. O número subiu para 67,3% em 2022.

Com o objetivo de traçar recomendações para a equidade étnico-racial na Educação, o Todos Pela Educação e a Mahin Consultoria Antirracista coordenaram a produção de um documento técnico sobre o tema, com o apoio da Fundação Lemann, Fundação Telefônica-Vivo, Imaginable Futures, Instituto Unibanco e Itaú Social. O material pode ser acessado aqui.

Acesse a nota técnica