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Emprego: se você quer isso, também quer Educação

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Cinco eleitores dividiram conosco o que eles sonham para o País e o que a Educação tem a ver com isso. É hora de todos fazermos essa reflexão, pois um País melhor começa na escola. Conheça o que Raphaella sonha para o Brasil.

Nascida em Santo André, na grande São Paulo, Raphaella Martins Antonio, de 35 anos, é publicitária, negra e participa de programas importantes para combater a desigualdade no ambiente corporativo da empresa em que trabalha. O primeiro deles é um programa de promoção da equidade racial com ações de conscientização para os colaboradores da instituição; o segundo é uma iniciativa de capacitação para jovens universitários e o terceiro, uma ação de contratação para áreas estratégicas e de liderança da empresa.

emprego

Raphaela sonha com um Brasil com mais emprego.

“Em um País onde as 500 maiores e melhores empresas têm apenas 4,6% das suas cadeiras de liderança ocupadas por profissionais negros e 13% por mulheres, sendo que entre estas a maioria é composta por mulheres brancas, espero que o próximo governo ofereça medidas que beneficiem fiscalmente empresas e indústrias que promovam a diversidade e a proporcionalidade do que somos como nação em seu corpo de colaboradores e nos espaços em que atua”, afirma Raphaella.

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Sendo um País com histórico de escravidão, já é sabido que a questão racial perpassa absolutamente todas as áreas em que o Brasil precisa se desenvolver, inclusive na economia – o racismo é um problema estrutural brasileiro. Por isso, para Raphaella, ter emprego é o mais importante nesse momento do País, ainda mais se considerarmos a crise econômica que já dura anos. “O cenário empresarial reflete de forma muito agressiva o abismo desigual que temos. Dependendo dos planos e projetos previstos pelo governo que iremos compor, podemos aumentar ou diminuir estas distâncias que nos separam”, diz ela, esperançosa.

Raphaella também é mãe e está no período de licença-maternidade. Quando voltar ao trabalho, ela pretende seguir atuando em prol de um mercado mais plural. “O plano é aprofundar o projeto que lidero e multiplicar a essência da proposta em toda a indústria da comunicação”, sonha.

Enquanto isso, no âmbito pessoal, ela já cuida de outro projeto, esse bem mais precioso: “Quero trabalhar para que minha filha siga sua jornada preocupada apenas em se desenvolver como indivíduo, com suas potências e habilidades, de forma que seu gênero e sua raça não sejam impeditivos na descoberta da melhor versão que ela puder ser”, explica a publicitária.

O objetivo de Raphaella precisa contemplar não só sua filha, mas todas as crianças e jovens. Precisa ser um compromisso de toda a sociedade, porque a equidade de oportunidades de trabalho para pessoas negras passa necessariamente pela Educação: é desde a escola que esse equilíbrio deve ser garantido, com políticas públicas que busquem a compensação de uma disparidade que, infelizmente, ainda é parte da essência histórica do nosso País.

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