Avaliações brasileiras: conheça as principais
Todo professor avalia seus alunos de alguma forma. Essas avaliações podem ser por meio de provas de múltipla escolha, exames com perguntas dissertativas, chamadas orais, trabalhos individuais ou em grupo, exercícios, etc Também pode fazer uma combinação dessas e de outras metodologias. As avaliações ajudam o docente a ver o quanto os estudantes estão de fato aprendendo e em que pontos há mais dificuldade. Com base em um diagnóstico, ele pode planejar as próximas ações e decidir, por exemplo, se deve seguir com novos conteúdos ou se precisa reforçar algum conceito já apresentado. É possível também ver se alguns estão precisando de mais atenção.
Assim como cada professor avalia o aprendizado de seus alunos, o País também precisa avaliar o quanto as crianças e jovens espalhados pelas escolas de todo o território nacional estão de fato aprendendo. O Brasil faz isso por meio dos chamados exames padronizados, também chamados de exames de larga escala e avaliações externas, que são aplicados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
A partir do diagnóstico produzidos por essas provas, é possível traçar estratégias para melhorar a qualidade da Educação do País inteiro, de uma região, ou de uma escola específica. A maioria desses exames não fornece notas individuais porque não avalia o aluno em si: eles são aplicados para avaliar um sistema de ensino como um todo. Isto é, para medir a evolução do ensino em uma rede.
Os diagnósticos já existem. Os governantes devem essas informações para criar e melhorar políticas públicas voltadas para a qualidade e equidade da Educação, assim como os professores e gestores escolares precisam se apropriar desses dados para conseguirem impactar de maneira positiva o aprendizado em sala de aula.
Conheça abaixo quais são as principais avaliações em larga escala aplicadas na Educação Básica do Brasil, de acordo com cada etapa de ensino:
Educação Infantil
A partir de 2019, aplica-se uma avaliação dos insumos ofertados nas escolas de Educação Infantil: o Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) de Educação Infantil. A iniciativa, que ocorreu de maneira amostral em sua primeira vez, chegou com 9 anos de atraso, uma vez que já está prevista desde 2010, nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. A avaliação também está prevista no Plano Nacional de Educação (PNE), e era para ter sido implantada em 2016.
Anos Iniciais do Ensino Fundamental
A Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) já foi aplicada aos estudantes do 3º ano do Ensino Fundamental das escolas públicas três vezes: em 2013, 2014 e 2016 (confira os resultados do último exame). Com a criação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que antecipou o fim do ciclo de alfabetização do 3º para o 2º ano, o exame está passando por uma transição. A prova de 2018 foi suspensa e um novo teste será aplicado apenas em 2019, para os estudantes do 2º ano. Além da mudança do ano avaliado, a prova terá um novo nome, integrando-a ao sistema de exames: possivelmente se chamará Saeb dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Assim como a versão anterior, o Saeb dessa etapa vai medir o desempenho em leitura, em matemática e em escrita.
Anos Finais do Ensino Fundamental
Desde 2005, a cada dois anos, estudantes do 5º e 9º anos do Ensino Fundamental da rede pública passam por um exame padronizado. Eles respondem a questões de língua portuguesa, com foco em leitura, e de matemática, com foco na resolução de problemas, além de um questionário socioeconômico. Esse questionário ajuda a entender como fatores de contexto externo à escola podem estar associados ao desempenho na sala de aula como, por exemplo, o nível socioeconômico dos pais. Esta avaliação, antes conhecida como Prova Brasil, também foi renomeada e, a partir da edição de 2019, passa a ser chamada de Saeb dos Anos Finais do Ensino Fundamental. Outra mudança é que os alunos do 9º ano passarão a responder questões de ciências humanas e ciências da natureza, conteúdos não contemplados na versão anterior da avaliação. Leia aqui mais detalhes sobre as mudanças do novo Saeb.
Avaliações no Ensino Médio
Assim como os alunos de 5º e 9º anos do Fundamental, os estudantes do 3º ano do Ensino Médio da rede pública também prestam o Saeb, respondendo a itens de português, matemática e um questionário socioeconômico. Até 2015, a prova era amostral, isto é, só avaliava um pequeno grupo de jovens que representavam toda a nação; a partir de 2017, no entanto, o exame se tornou censitário, ou seja, todos os alunos prestam. Essa prova contudo, não fornece resultados individuais.
Vale destacar que essa etapa de ensino tem outra – e mais conhecida – avaliação: o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O Enem foi criado em 1998 com o objetivo de avaliar os sistemas de ensino, mas se tornou peça chave nos vestibulares, a partir de sua incorporação aos programas de seleção para a universidade do Governo Federal, onde o desempenho por aluno se tornou critério para preencher vagas em faculdades privadas e públicas. O primeiro programa a incorporar os resultados do exame foi o Programa Universidade para Todos (Prouni), 2004, como um dos requisitos para conseguir bolsas de estudo em universidades privadas. No entanto, o caráter de vestibular foi intensificado a partir de 2010, quando a nota passou a ser utilizada como único critério de seleção via Sistema de Seleção Unificado (Sisu). A partir de 2014, agora com o propósito de assegurar financiamento para o custo das instituições superiores privadas, os resultados passaram a integrar o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Diferentemente do Saeb, o Enem é opcional, ou seja, os estudantes que desejam fazer a prova precisam se inscrever.
Ainda prefiro o metodologia tradicional para educação infantil