Com a intensificação dos eventos climáticos extremos e os impactos cada vez mais frequentes na Educação, o Todos Pela Educação e a consultoria Vozes da Educação, com apoio da B3 Social, lançaram nesta terça-feira (28), um conjunto de 25 recomendações para tornar redes e escolas mais preparadas para lidar com a crise climática. As recomendações foram apresentadas durante o evento “Educação Resiliente – Um futuro necessário”, que reuniu autoridades, gestores e especialistas, em São Paulo.
O documento lançado parte do diagnóstico de que enchentes, secas, deslizamentos e ondas de calor já interrompem aulas, danificam estruturas escolares e agravam desigualdades educacionais. Para enfrentar esse cenário, o material propõe 25 ações articuladas voltadas a gestores públicos dos níveis federal, estadual e municipal, com foco em quatro frentes: governança, infraestrutura, equidade e currículo.
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Entre as propostas estão medidas estruturais, como a criação de diretrizes nacionais de governança compartilhada para situações de emergência, com definição clara das responsabilidades entre os entes federativos. Também é recomendada a instituição de comissões intersetoriais permanentes, além da obrigatoriedade de planos de contingência escolares, com protocolos práticos para situações de emergência.
No campo do financiamento, o documento propõe a criação de um Fundo Nacional para Escolas Resilientes. Outra recomendação é condicionar o repasse de recursos federais à comprovação de que novas escolas não sejam construídas em áreas de risco, mediante certificação emitida pela Defesa Civil.
Em relação à justiça climática, o texto prevê o direcionamento prioritário de recursos para escolas localizadas em áreas de maior vulnerabilidade, bem como ações para garantir a continuidade da aprendizagem de estudantes afetados por desastres. Entre elas, estão o transporte escolar emergencial, bolsas de permanência e apoio psicossocial. O documento também reforça a importância de fortalecer a Busca Ativa Escolar em contextos de crise, com foco na prevenção da evasão.
Na dimensão pedagógica, destaca-se a recomendação de incluir a educação climática e a gestão de riscos na formação inicial e continuada de professores, além do incentivo à produção de materiais didáticos e estratégias de ensino que envolvam a comunidade escolar no tema.
“Fortalecer a resiliência educacional deixa de ser uma escolha e se torna condição indispensável para assegurar o direito constitucional à educação com equidade. A crise climática impacta diretamente a aprendizagem dos estudantes e amplia desigualdades já existentes. Governos, comunidades escolares e sociedade civil precisam avançar juntos”, conclui Luana Smeets, gerente de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação.
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