Seminário #EducaçãoJá! – “O Brasil tem boas experiências em Educação e não temos o direito de não aprender com elas”, afirma Priscila Cruz
Mais do que o desejo de um grupo de especialistas e entusiastas, o avanço no Ensino Básico da rede pública é basilar para um desenvolvimento no Brasil mais equitativo e em ritmo mais acelerado. O alerta vem de especialistas nacionais e internacionais, participantes do “Seminário Internacional Educação Já: Prioridades para a Educação Básica e os desafios de implementação”, organizado pelo Todos Pela Educação com o apoio da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, em inglês).
Entre hoje (18) e amanhã (19), gestores públicos, pesquisadores, economistas e especialistas da área educacional debatem as soluções informadas por pesquisas e experiências exitosas para os principais desafios do ensino brasileiro, reunidas na agenda Educação Já!, um conjunto de ações articuladas construído por 60 especialistas e instituições educacionais.
Na abertura do evento estiveram Priscila Cruz, presidente-executiva do Todos Pela Educação, organização líder do Educação Já!; Luiz Antonio Tozi, secretário-executivo do Ministério da Educação (MEC); Luiz Roberto Curi, presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE); Fred Amancio, vice-presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed) e secretário de Educação de Pernambuco; Fernando Abrucio, professor e pesquisador da Faculdade Getúlio Vargas (FGV) e Alessio Costa Lima, presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).
Cooperação para avançar
Sociedade civil e o Estado precisam trabalhar juntos, aliando pragmatismo e paixão pela Educação e criando mecanismos contra a descontinuidade política característica da história brasileira, defendeu Cruz ao justificar a importância dos pactos entre diferentes atores. “Falamos de base de professores, de alunos, mas também temos que ter uma base nacional comum da gestão pública brasileira. Isto é, compromissos mínimos em uma agenda para garantir a continuação das iniciativas prioritárias. É disso que se trata o Educação Já!”.
Impossível tirar esse discurso do papel sem a colaboração entre atores, reiterou o presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE). “Não é brincadeira implantar uma agenda como essa, onde se leva em consideração o interesse de tantos atores. É fundamental partirmos de um consenso, ingrediente importante para garantir a adesão de formadores de professores, agentes da escola e comunidade escolar”, ponderou Curi.
Para Amancio, um plano estratégico dessa natureza também é relevante para apoiar os novos gestores e criar medidas propositivas. “Para nós, é extremamente importante termos a oportunidade de trocar saberes com uma plateia tão diversa. Além disso, é essencial que, nos últimos anos começamos felizmente a concentrar nossos esforços em achar soluções. O documento Educação Já! é essencial por estabelecer prioridades; ainda que não sejam unanimidades, trazem consensos e isso é a base de um processo de médio e longo prazo”.
Alinhado a essa mesma expectativa, o presidente da Undime corroborou a necessidade de pactos dessa ordem serem levados a cabo. Ele enfatizou ainda como é fundamental para os municípios que a Primeira Infância esteja incluída no conjunto de prioridades educacionais do País. “Não podemos mais ver a Educação Infantil como assistencialismo. Temos de cuidar das crianças sob orientação pedagógica e, para isso, nós precisamos de pactuação, pois sozinhos não chegaremos a lugar nenhum”, disse Costa.
Apontar um caminho e conquistar a sociedade
Em uma de suas primeiras aparições como gestor do MEC, o secretário-executivo da pasta assegurou que o órgão está de olho na sala de aula, uma tradução do slogan da gestão federal ‘menos Brasília e mais Brasil’. “A liberdade é nosso modelo de pensar o MEC e essa liberdade se constrói com conhecimento, por meio do desenvolvimento de cada aluno. A partir do desenvolvimento do estudante com liberdade; o município, o estado e a Nação se desenvolvem”, apontou Tozi.
Firmado nessa concepção de descentralização, o órgão tem interesse em colaborar e olhar para as evidências, segundo Tozi. “Esse seminário consolida os aspectos que nossa pasta vem trabalhando. Ninguém duvida que temos que profissionalizar os professores, investir em aprendizagem no Brasil e envolver nessa empreitada os diferentes entes. O que nós não sabemos ainda é como fazer isso e aí vem a importância dos indicadores e evidências”.
Se as boas experiências e a articulação intersetorial são essenciais para fazer avançar um plano estratégico, igualmente o é a sociedade, pontuou o professor Abrucio. “Temos que mostrar para toda população do Brasil que a Educação é peça-chave do bem-estar social”.
O que aconteceu
Depois da mesa de abertura, o evento contou ainda com a palestra “Os desafios políticos das reformas educacionais e a importância de coalizões para superá–los”, por Ben Schneider, do MIT; e três painéis: “Prioridade Política: a qualidade da Educação na pauta política do país: desafios e caminhos”, “Governança na Educação: como regulamentar a cooperação entre União, Estados e Municípios?” e “Financiamento: aprimoramentos necessários nos mecanismos de financiamento da Educação Básica”.
O seminário contará ainda com mais duas palestras e quatro painéis, com destaque para a participação de Tania Leme de Almeida, secretária de Educação Básica do MEC também em uma de suas primeiras aparições públicas no cargo; e Barbara Bruns, do Center for Global Development, EUA.
Confira a programação na íntegra aqui.
Veja mais sobre a cobertura do Seminário Internacional #EducaçãoJá!:
*BAIXE AS APRESENTAÇÕES EXIBIDAS AQUI.
VEJA FOTOS EM NOSSAS PÁGINAS NAS MÍDIAS SOCIAIS.
________________________________________
O Seminário Internacional Educação Já! colocou em debate os primeiros passos para dar um salto na qualidade do Ensino Básico, com etapas descritas em detalhes nos aprofundamentos de ações que precisam ser colocadas em prática já entre 2019-2020. Confira aqui.