Tempo de leitura: 2 minutos

Política de vouchers na Educação não responde às necessidade brasileiras

Lucas Fernandes Hoogerbrugge participou de seminário Escolas Conveniadas e Vale-Educação, em MG, e defendeu investimento no sistema público de ensino
crianças em sala de aula

Lucas Fernandes Hoogerbrugge, gerente de estratégia política do Todos Pela Educação, participou, no dia 23, do seminário Escolas Conveniadas e Vale-Educação como alternativas para a Educação Pública, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte. O evento foi organizado pelo deputado federal Tiago Mitraud (NOVO-MG) e contou também com a participação de Gabriel Mendes, presidente do Instituto Liberal do Triângulo Mineiro, Adriano Naves de Brito, secretário de Educação de Porto Alegre e o deputado estadual Guilherme da Cunha (NOVO-MG).

Para Lucas, a qualidade das escolas privadas é muito heterogênea e há a falsa impressão de que o desempenho médio delas é superior ao das escolas públicas; na verdade,  as instituições particulares com bom desempenho são minoria e têm modelos muito específicos. “Não defendemos o modelo de voucher e das charter schools e achamos que existem outras prioridades em termos de políticas públicas. Caso seja uma iniciativa colocada em prática, precisa ser testada de maneira criteriosa, com avaliação de impacto e estudos robustos para averiguar se é eficaz e eficiente, e em quais condições. Só então entenderíamos se é uma alternativa para o Brasil respeitando nossos desafios e nossa realidade. Pelo que a literatura internacional aponta hoje, há políticas mais importantes e urgentes”, afirmou.

Entenda vouchers
O programa de vouchers, ou vale-Educação, é uma política na qual um valor financeiro é dado pelo Estado aos pais a fim de que eles escolham uma escola particular para seus filhos.

Além dos vouchers, há ainda outra iniciativa que envolve recursos públicos e iniciativa privadas: as charter schools,  que não devem ser confundidas com o sistema de vales. Conhecidas também como escolas conveniadas, são colégios financiados com recurso público, mas cuja a administração não é do Estado.

Efetividade
Analisando a literatura e as experiências, percebe-se que não há um consenso teórico e nem  respaldo empírico de que programas de vouchers e charter schools são a saída para garantirmos Educação de qualidade em escala no Brasil.

É difícil mensurar o que é uma Educação de qualidade e muitas vezes as famílias não têm informações precisas sobre quais são as melhores escolas. Além disso, em um mercado de difícil regulação como o do ensino, pressões competitivas poderiam levar instituições a deixarem de lado medidas com real impacto na qualidade educacional, fundamentados em comprometimento pedagógico, e priorizarem os aspectos relacionados à atração das famílias.

As evidências internacionais mostram também que o sucesso de uma política de voucher e charter schools é mais exceção do que regra. Os estudos empíricos já conduzidos tendem a mostrar, no geral, resultados muito pequenos, nulos, ou até negativos na aprendizagem dos alunos.

Diferentemente das evidências pouco conclusivas envolvendo políticas de vouchers, outras medidas são comprovadamente mais efetivas para melhorar a Educação brasileira. O Todos Pela Educação tem uma série de recomendações de políticas educacionais, consolidadas em seus documentos do Educação Já, como o uso de critérios técnicos na seleção de gestores escolares e a formação adequada de professores, alinhada ao currículo e às melhores práticas pedagógicas.

 

+LEIA MAIS: EDUCAÇÃO JÁ: PROPONDO MEDIDAS URGENTES PARA NOSSA EDUCAÇÃO

Veja também

Quer receber uma newsletter mensal que traz os destaques do Todos Pela Educação? Preencha os dados e receba a “Todos em Dia".

    Quero receber e-mails informativos

    1

    Li e concordo com a política de privacidade e proteção de dados do Todos Pela Educação

    1