Para brasileiros, creches, analfabetismo e professores deveriam ser as prioridades do Governo Federal
Mais da metade (52%) dos brasileiros acredita que o Governo Federal deveria priorizar ações como ampliar as vagas em Creche e aprimorar a qualidade da Educação Infantil, combater o analfabetismo e melhorar o salário e o trabalho dos professores. Isso é o que mostra uma pesquisa do Todos Pela Educação em parceria com o Ideia Big Data. Realizada em junho de 2019, com o objetivo de avaliar a percepção da população sobre a atuação do Governo Federal na Educação e a qualidade do ensino, a iniciativa está em linha com o esforço de monitoramento público e de colocar a Educação na pauta da sociedade, dois pilares da atuação do Todos.
Para Priscila Cruz, presidente-executiva do Todos Pela Educação, a opinião dos entrevistados está, em grande medida, condizente com o que apontam os especialistas. “Há estudos e diagnósticos sobre os principais desafios do País que mostram que a Primeira Infância, a alfabetização e as políticas de valorização dos professores estão entre as políticas mais necessárias e efetivas para avançarmos na qualidade do ensino. E já temos propostas informadas em evidências e casos de sucesso no Brasil e no mundo para tornar essa melhora realidade. A população demonstra uma boa percepção sobre quais as prioridades que o Ministério da Educação (MEC) deve perseguir”.
Ampliar vagas em creche foi a prioridade apontada por 22% dos entrevistados. Combater o analfabetismo e melhorar o salário e trabalho dos professores, ambos 15%. Por outro lado, somente 4% das pessoas creem ser importante a ampliação das escolas militares, e 3%, o Ensino Domiciliar. Já o percentual de entrevistados que consideraram importante combater uma doutrinação e filmar professores na sala de aula somam apenas 2%.
Além disso, 55% discordam que o MEC está enfrentando os reais problemas da Educação Básica brasileira, frente a 14% que concordam. Olhando para a gestão da Educação como um todo, 58% avaliam a atuação do Governo Federal como péssima ou ruim, ao passo que 15% avaliam como boa ou ótima.
Qualidade da Educação
Para 60% dos entrevistados a qualidade da Educação Básica é ruim ou péssima. Eles também se mostram céticos em relação aos avanços dos últimos dez anos na área: apenas 13% concordam que a área melhorou, sendo que, para 47%, o ensino piorou, e para 36%, não melhorou e nem piorou.
Para o presidente do IDEIA Big Data, Maurício Moura, o clima de insatisfação da opinião pública está diretamente ligado aos fatores econômicos do país. “Os índices de desemprego, a situação da economia e a falta de crescimento de renda certamente influenciaram os resultados negativos da pesquisa”, enfatiza Maurício.