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Esquema Tático da Educação: qual é a estratégia que o Brasil precisa adotar para virar o jogo

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Em ano de Copa, conversas sobre os esquemas táticos das equipes de futebol, ou seja, a maneira como os times se organizam em campo, acontecem com certa frequência. E todo mundo sabe que a seleção que quiser vencer o Campeonato Mundial, além do preparo físico e psicológico do time, precisará também estar de olho na articulação dentro de campo. Seja uma seleção que defende mais (como a Itália de 2006) ou uma mais ofensiva (como a Alemanha do 7×1), colaboração e visão de jogo são fundamentais para ganhar cada uma das partidas. E quando falamos em Educação do País, o conceito não é diferente – o brasil tem de entrar em campo sabendo sua função e de que maneira poderá colaborar uns com os outros.

O Brasil está perdendo a partida e já estamos no segundo tempo da Educação. Portanto, temos de organizar o jogo o quanto antes! Os próximos 12 anos de gestão precisam contar com um bom esquema tático para que os desafios educacionais sejam superados e nossos meninos e meninas tenham condições de virar o placar. Partir para o ataque com medidas que tenham potencial no curto prazo, sem esquecer as ações estratégicas no meio de campo, é o que garantirá uma vitória no apito final. Empolgou? Então entenda alguns dos pontos-chave para transformar o País por meio das escolas.

PARA UM ATAQUE MAIS POTENTE!

Quem começa o segundo tempo correndo atrás do resultado positivo não tem opção a não ser atacar. Esse é o caso do Brasil, que tem três atacantes em campo que precisam jogar com harmonia para tentar virar o placar. O primeiro deles é a Base Nacional Comum Curricular, que precisa se tornar realidade para as etapas da Educação Infantil e Ensino Fundamental (1o ao 9o ano). Como uma camisa 10 das políticas públicas, que avança no ataque, é por meio dela que todas as iniciativas que envolvam a sala de aula devem passar.  E o que isso quer dizer, na prática? Entre outras coisas, precisamos desenvolver material didático de qualidade para alunos e professores, formar bem os professores, organizar os percursos escolares, otimizar o tempo em sala de aula.

Outra peça-chave para recuperar o tempo perdido em jogo é alfabetizar os alunos na idade certa. Essa demanda é urgente pois mais da metade dos alunos com 8 anos não têm aprendizagem suficiente em leitura e matemática, segundo dados da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA) de 2016. Sem saber ler ou pensar matematicamente, toda trajetória escolar fica comprometida. Reverter essa goleada passa por investir mais e melhor em Educação e pela colaboração entre governos municipais, estaduais e o Federal. A aprendizagem aumentará se o investimento levar em consideração que muitas regiões de contextos socioeconômicos e resultados educacionais parecidos têm demandas semelhantes.

E a gente não pode esquecer do nosso Ensino Médio, nosso centroavante, cuja função é de marcar o gol depois da jogada ser trabalhada pelos outros jogadores. Quando o aluno termina essa etapa tendo aprendido o que tinha de aprender é um gol da Educação. Há muito que este período do ensino dá sinais de esgotamento e não avança nos indicadores educacionais. Após a aprovação da Base Nacional e o redesenho da etapa, a missão do novo governo será conduzir a sua implementação. Apoio técnico e financeiro do Governo Federal são essenciais para que os estados garantam o acesso aos itinerários formativos e ampliem a jornada escolar. Além disso, o investimento precisa focar também na expansão do Ensino Integral em regiões de maior vulnerabilidade e das vagas no ensino profissionalizante.

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