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O que os candidatos falam sobre Educação está certo? O Ideb responde

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Com a propaganda política autorizada no mês passado, o “promessômetro” disparou e, com ele, propostas genéricas sobre Educação, saúde e segurança. Essas promessas são tão frequentes que muitos eleitores sequer têm esperança de que venham a ser cumpridas e já não se pautam mais pela qualidade das propostas para votar.

Mesmo assim, não se pode desprezar o conteúdo do discurso dos seus candidatos. As ferramentas à disposição da população para saber como anda a qualidade dos serviços públicos e quais são os resultados das políticas executadas são muitas. Os dados podem indicar caminhos possíveis, mesmo que não tragam diagnósticos completos – afinal, a realidade é sempre muito mais complexa do que mostram os números.

Por exemplo, uma forma de saber se a saúde do brasileiro vai bem ou não é verificar a taxa de cobertura vacinal ou de mortalidade infantil. Já na Educação, é possível ter uma noção mais apurada da qualidade de uma escola ou rede de ensino consultando alguns dos indicadores disponíveis, como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), por exemplo.

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O que é o Ideb?

Criado em 2007 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Ideb avalia a qualidade da Educação em duas dimensões: aprendizado e rendimento escolar. Enquanto o aprendizado é medido a cada dois anos por meio do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) que avalia os conhecimentos em português e matemática, o rendimento escolar é obtido dividindo-se o número de alunos aprovados pelo total (que podem também ser reprovados ou podem evadir), conforme dados anuais do Censo Escolar.

A nota padronizada do Saeb é multiplicada pelo índice de rendimento e dessa operação resulta a nota final do Ideb, que vai de 0 a 10. O objetivo é chegar em 2022 com média nota 6,0 no índice, número que equivale à média do desempenho dos estudantes da Organização para o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Como está a Educação brasileira agora?

Nesta semana, o Ministério da Educação (MEC) anunciou os dados do Ideb referentes a 2017. O Brasil superou a meta de 5,5 para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental (EFI), alcançando o índice de 5,8. Os Anos Finais do Ensino Fundamental (EFII) também cresceram, mas em ritmo mais lento e sem alcançar a meta de 5,0 – ficaram em 4,7. Por fim, o Ensino Médio (EM) deu novos sinais de preocupação. Praticamente estagnada desde 2007, a etapa marcou 3,8.

Como usar o Ideb?

Apesar de ser importante acompanhar dados como o Ideb, o indicador não é uma avaliação perfeita da Educação, pois mede apenas duas variáveis do universo educacional, deixando de fora outros fatores importantes, como a infraestrutura escolar e a formação dos professores. No entanto, esse índice oferece um norte para identificar se o trabalho das redes de ensino tem garantido que os alunos aprendam o que precisam na idade certa.

Essa informação é mais do que nunca fundamental. Durante a corrida eleitoral, não é raro ver e ouvir os candidatos exaltarem feitos em Educação ou fazerem críticas sem respaldo ao que acontece nas salas de aula. Portanto, é fundamental comparar as promessas dos candidatos para a área educacional com as reais demandas das escolas e redes de ensino. Saber o Ideb delas, bem como as suas metas intermediárias, que ajudam a acompanhar a evolução da aprendizagem e da aprovação dos alunos, pode apoiar a decisão das urnas. Isso porque o eleitor que verifica os índices corretos de qualidade de ensino não troca gato por lebre e evita cair nos exageros ditos em debates e propagandas. Afinal, voto consciente é escolher os candidatos que sabem quais são as necessidades reais do País!

Onde checar o Ideb?

Para verificar o Ideb da sua escola, cidade, estado ou do Brasil, consulte os sites:

QEdu

Inep

OPNE